Está farto da pieguice nacional? Quer sair da zona de
conforto e ir para um lugar ainda mais confortável? O jornal inglês The
Guardian elegeu os cinco melhores locais do mundo para viver. O Dinheiro Vivo
faz aqui um resumo das conclusões a que chegaram os britânicos e deixa algumas
dicas que o podem convencer a mudar-se.
1.Portland, Oregon
Porquê? Se gosta de roupas vintage, bandas folk ou culturas
alternativas, Portland, no estado norte-americano do Oregon, o sítio onde
estar. Lembra-se de Bohemian Like You, a música dos Dandy Warhols que
abrilhantou uma campanha da Vodafone? Pois, a banda é de Portland e a música é
sobre a cidade que os viu nascer. Em relação ao resto dos Estados Unidos da
América é uma cidade tão liberal que um europeu que para lá se mude poucas ou
nenhumas diferenças encontra. Os ciclistas são adorados, tem regras
apertadíssimas quanto a projectos imobiliários que possam desfigurar o espaço
público e, diz quem conhece, as pessoas são de uma simpatia extrema.
Os contras. É tudo muito cool, são todos parecidos connosco.
Quem sobra para se detestar? Até o tempo é meio europeu, frio no Inverno,
quente no Verão.
Transportes. É a cidade mais amiga das bicicletas nos EUA,
com ciclovias espalhadas por todo o lado. Ocasionalmente também andar de carro,
talvez para ir fazer ski às montanhas ou até à costa surfar umas ondas (ambas a
pouco mais de uma hora).
Habitação. A zona está cheia de bungalows do início do século
XX. Os preços variam entre os 170 mil e os 700 mil euros.
2. St Pauli, Hamburgo
Porquê? Há mais ou menos cinquenta anos, Berlim era uma seca.
Na Alemanha, todos os caminhos iam dar a Hamburgo. Que o digam os Beatles, que
por lá andaram a batalhar antes da fama. Mas na região, o grande destaque terá
mesmo que ser St Pauli, um antigo bairro vermelho, situado junto ao rio Elbe.
Foi o poiso dos mais radicais nos anos 1970 e 1980, mas ainda alberga alguns modos
de vida alternativos, muito ligados ao sexo. Mas no meio da pornografia há
também estúdios de artistas, companhias de teatro e lojas excelentes. É mais
caro que Berlim, mas Hamburgo também tem uma economia mais pujante e… empregos!
Os contras. Quando o vento sopra no Mar do Norte, o frio
aperta mesmo. Para quem está habituado aos climas do Sul da Europa pode ser
problemático.
Transportes. Mais uma cidade amante das bicicletas. As
ciclovias estão por todo o lado.
Habitação. A marca distintiva são os belíssimos blocos de
apartamentos do século XIX. Os preços vão dos 60 mil até aos 275 mil euros.
3. Maui, Hawaii
Porquê? Para quem gosta de surf é o sítio onde estar. Mas
também é ideal para quem quer apenas relaxar. Na Costa Norte de Maui o ambiente
é tão relaxado que em grande parte da região o limite de velocidade é de 20
quilómetros por hora. Mas se vai a pensar em ananases e saias com folhas de
palmeira, esqueça. O kitsch está por todo no Hawai, menos nesta zona de Maui.
Bares agradáveis, quedas de água, surf spots ou comunidades de escritores são
alguns dos encantos que ali podem ser descobertos. Diz-se que até os turistas
japoneses conseguem ali relaxar. E um local que consegue relaxar um japonês só
pode ser muito recomendável.
Os contras. Está longe de tudo. E um vulcão, que está
adormecido, mas nunca se sabe…
Transportes. Aqui vai mesmo precisar de carro, mas com o
limite de velocidade nos 20 quilómetros por hora, não precisa de comprar um
Bentley.
Habitação. Paia e Makawao são as cidades mais desenvolvidas,
mas para quem quer mesmo viver em estado zen, Haiku é a melhor escolha. Os
preços começam à volta dos 200 mil euros e podem ultrapassar o milhão, no caso
de antigas casas coloniais.
4. Cihangir, Istambul
Porquê? Cihangir é uma das zonas onde mais se nota a notável
evolução que Turquia registou nos últimos anos. O compromisso entre o antigo e
o moderno revela-se em pormenores, como uma livraria urbana ao lado de uma loja
que ainda entrega figos ao domicílio. As vistas a partir das colinas
circundantes é esmagadora, as galerias de arte multiplicam-se, respira-se
modernidade por todo o lado. É mesmo aqui que o Oriente encontra o Ocidente.
Os contras. Sismos. Estão à espera do «big one» há anos. Se
comprar uma casa informe-se detalhadamente sobre a construção do edifício. As
colinas, para lá das vistas fenomenais, também ajudam a cheias quando as
chuvadas se tornam mais intensas.
Transportes. O eléctrico que atravessa toda a cidade é o mais
utilizado. Também se anda bem a pé. A outra opção é um dos milhões de táxis
amarelos que rodam sem parar. Andar de carro é que é mesmo desaconselhável.
Habitação. Lofts, apartamentos, casas. Há de tudo em
Cihangir. E a preços bastante convidativos. Vão dos 70 mil aos 600 mil euros. Para
alugar há um número de infinito de casas.
5. Santa Cruz, Tenerife
Porquê? Há uma Tenerife diferente da Tenerife dos postais de
Verão, carregados de turistas alemães obesos e escaldados pelo sol. Se se
afastar um pouco do centro turístico vai encontrar um sítio mais parecido com…
Espanha. Santa Cruz é uma cidade lindíssima, com bairros do século XIX,
galerias de arte e praças geometricamente desenhadas. E há a «coisa», de
Santiago Calatrava, que ninguém sabe muito bem o que é. Sem hordas de turistas
por todo o lado, Santa Cruz também tem belíssimas praias, como Las Teresitas.
Os contras. Se disser a alguém que se vai mudar para Tenerife
podem querer interná-lo...
Transportes. O tempo convida a grandes passeios a pé. Mas é
fundamental ter um carro.
Habitação. Há cada vez mais habitações antigas em processo de
requalificação. Las Mimosas é um dos locais mais prazíveis e onde há mais
oferta. Os preços podem variar entre os 130 mil e os 600 mil euros.
Ana J.
Fonte: Dinheiro Vivo