A revista Fast Company escolheu as empresas que provocaram
autênticas revoluções nas nossas vidas, exactamente o que se pretende de uma
startup. Saiba porque se manterão no topo.
1º APPLE – Por dar sempre que falar
Numa corrida entre as cinco empresas que dominam o mundo
tecnológico, não há dúvida que a liderança pertence à Apple – qualquer passo
que dê, todos vão atrás, e é sempre a primeira a arriscar uma nova direcção. O
Siri pode não ter sido a melhor criação de Steve Jobs, mas desde que o
assistente pessoal do iPhone 4S foi apresentado ao mundo, que domina as
conversas e também a curiosidade da Amazon e da Google para desenvolverem uma
tecnologia rival. O poder da Apple parece intocável. A câmara do iPhone 4S é
tão avançada que há alguns anos teria custado, sozinha, uns 500 dólares. Os
iPads dominam claramente o mercado dos tablets. A empresa está a crescer
estrondosamente na China – 400% entre 2010 e 2011. E como se não bastasse, o
novo CEO, Tim Cook, está a imprimir um estilo de liderança mais humano. Por
este andar, ainda vão demorar muitos anos até que alguém consiga derrubar a
Apple.
2º FACEBOOK – Por 800 milhões de razões
Os fanáticos da tecnologia falam na “Lei de Zuckerberg”, que
diz que a cada ano duplica a quantidade de informação que as pessoas partilham.
É raro atribuir a uma só pessoa – sobretudo quando tem apenas 27 anos – uma
verdade absoluta e fundamental da nossa era. Mas esta lei não é apenas fruto da
vontade humana, mas a resposta às novas potencialidades do Facebook. No ano
passado permitiu aos utilizadores mais partilha de música e de notícias e
introduziu a célebre timeline, que conquistou imediatamente milhões de fãs.
Mais importante é o resultado prático de todas estas novidades: o Facebook pode
tornar-se mais rentável que a Amazon, com lucros de quase mil milhões de
dólares para total de receitas de 3 mil milhões, e o seu sucesso em angariar
publicidade irá intensificar a rivalidade com a Google. Um dos pontos a
melhorar é, porém, o cuidado com a privacidade dos utilizadores, que ainda
desperta muitas dúvidas. Mas Mark Zucherberg sabe que por enquanto vamos
aceitando os seus pedidos de desculpa.
3º GOOGLE – Por expandir a sua rede de produtos
Desde que Larry Page voltou à Google como CEO, na primavera
passada, que está a tentar transformar a empresa com um só produto numa
diversificada força na web. Acaba de ser reconhecido como o executivo mais
poderoso dos Estados Unidos, o que prova o seu bom desempenho à frente da
empresa que ajudou a fundar há 13 anos e que tem hoje uma capitalização
bolsista de quase 200 mil milhões de dólares. O regresso de Page foi encarado
como uma resposta ao Facebook, já que as redes sociais são um terreno que a
Google nunca conseguiu explorar verdadeiramente. Uma das primeiras tarefas foi
descontinuar alguns projectos para libertar os engenheiros para o
desenvolvimento do Google +. Apesar de chegar atrasado, Page quer criar uma
gigantesca rede social. Para rentabilizar a compra do Youtube, feita em 2006, a
empresa lançou quase 100 canais, com programação original, para os quais conta
com Madonna e Jay-Z, entre outras celebridades. O objectivo é fazer do Youtube
a maior rede de televisão do mundo, para ir buscar o investimento publicitário.
Mas nem tudo são intenções e já há resultados à vista: o Chrome ultrapassou
finalmente o Firefox e é já o segundo browser mais usado pelos internautas. Com
200 milhões de utilizadores, o objectivo é agora destronar o Internet Explorer.
Entretanto, a empresa sabe que está na mira das autoridades norte-americanas
devido a acusações – já reconhecidas pela Google – de favorecer os seus
produtos nos resultados de busca. A questão que fica no ar: pode a Google parar
de tentar tornar-se a Microsoft?
4º AMAZON – Por nunca se acomodar
A falta de cabelo de Jeff Bazos, o físico franzino e as raras
aparições públicas ajudam a construir uma certa mística à volta do fundador e
CEO da Amazon. Os seus últimos lançamentos
também deram uma ajuda. Em Dezembro último, o Kindle, Kindle Touch,
Kindle Touch 3D e Kindle Fire, juntos, alcançaram a média de 1 milhão de
dispositivos vendidos semanalmente, colocando-a na 2ª posição do ranking dos
tablets, entre a líder Apple e o 3º lugar da Samsung, apesar de constar que a
empresa perde cerca de 15 dólares por cada aparelho. A rápida expansão da
Quidsi, que saltou das fraldas para a comida para animais e brinquedos, e do
serviço de streaming-video, que inclui programação dos canais CBS e Fox,
mostram que a empresa de comércio electrónicos, que cresceu pelo menos duas
vezes mais rápidos que o seu sector, continua a investir. Contudo, Bazos sofreu
alguns percalços: o Kindle Fire chegou ao mercado com problemas que
desapontaram muitos consumidores, a promoção para a sua aplicação também não
foi bem recebido e os lucros da empresa não foram os esperados. Ao contrário da
Apple, a Amazon ainda tem de provar que pode dar cartas no hardware e no
ecommerce.
5º SQUARE – Por transformar os pagamentos em magia
Depois de escutar o desabafo de um amigo que perdera um
cliente por não aceitar cartões de crédito, Jack Dorsey, um dos fundadores do
Twitter, criou um aplicativo, que se liga a iPhones, iPads e qualquer
dispositivo com sistema Android, e que é capaz de ler cartões de crédito em
qualquer lado. Estava criada uma ferramenta revolucionária, que agrada a todos.
Os comerciantes ganham ainda a possibilidade de ficar com o histórico das
compras dos clientes, de poder enviar faturas via sms e publicidade à medida.
Mas recentemente, Dorsey foi mais longe e o seu Card Case já dispensa até o uso
do cartão de crédito. Agora, o cliente só tem de dizer o seu nome ao empregado
da loja para que este situe os seus dados e a transferência entre a conta do
cliente e do comerciante se faça automaticamente, com o simples aval de uma
assinatura no ecrã do dispositivo móvel. Isto significa que já não é preciso
nem dinheiro, nem cartões de crédito para tomar um simples café ou pagar uma
viagem de táxi. Por enquanto, o dispositivo apenas funciona nos Estados Unidos,
mas já tem mais de um milhão de aderentes. Jack Dorsey, que já viu esta sua
segunda empresa avaliada em mil milhões de dólares, prepara agora a expansão da
aplicação para a Europa e Ásia. Nem o facto de cobrar uma taxa de 2,75% por
transacção – superior às praticadas pelas redes de cartões – tem impedido o
negócio de crescer a uma velocidade superior à conseguida pelo sistema PayPal
na mesma fase de desenvolvimento. A solução é tão prática e oferece tantas
outras potencialidades que os comerciantes nem reclamam.
Fonte: Inovação&Marketing (artigo original
Expresso)