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31/01/12

80% das decisões de consumo são tomadas pelas mulheres


Estatística serviu de mote para um debate realizado hoje em Lisboa

Um estudo realizado pela consultora Publicis em Portugal revela que, em média, 8 em cada 10 decisões de compra são tomadas pelas mulheres. A estatística serviu de mote para um debate, realizado esta terça-feira, sobre o modo como o domínio das mulheres nas decisões de consumo deve afectar a estratégia de comunicação das empresas junto do sexo feminino e masculino.

De acordo com Anthony Gibson, CEO do grupo Publicis Portugal e director de negócios corporativos na UE da Leo Burnett, 60% das mulheres inquiridas afirmaram sentir-se incomodadas pela forma como são retratadas nas campanhas publicitárias. Num debate que teve como audiência directores de empresas, bem como directores de marketing, comunicação e vendas, o responsável deixou alguns conselhos aos interlocutores com base nos dados recolhidos através do estudo, realizado em Dezembro de 2011. «Não as chamem compradoras ou donas de casa. Menos de 5% das mulheres vêem-se como tal», afirmou Gibson, para quem «os marketeers muitas vezes ignoram a vertente multidimensional da mulher» e trabalham com ‘estereótipos’. «Já não funciona retratá-las como carentes, medrosas, incompletas, assumindo a marca como o seu herói», defende.

A mesma ideia foi partilhada pelo outro orador convidado, Nuno Ferreira Pires, director de Marketing ibérico da marca de tintas Dyrup. Partindo da premissa de que «o ADN das mulheres é a sensibilidade» e «as verdadeiras escolhas fazem-se ao nível emocional», Ferreira Pires ressalva, porém, que o paradigma das decisões de consumo começa a mudar. Segundo o responsável, há alguns territórios em que as mulheres começam a «dar novamente poder aos homens». «Hoje em dia, as mulheres já levam os homens para as ajudar a escolher roupa ou a cor do sofá, algo que não acontecia há 10 anos», exemplifica. Da mesma forma, os homens também alteraram os seus comportamentos de compra, em áreas como o vestuário ou a cosmética. Por isso, defende, tem de haver open minding da parte dos profissionais de marketing e abandonar o «erro de fazer comparações» entre sexos.

O evento, que teve lugar em Lisboa, foi organizado pela Câmara de Comércio Americana em Portugal (CCAP) e pela European Professional Women’s Network (EPWN).


Ana J.
Fonte: artigo da Marketeer